
Infecção Óssea / Osteomielite
Ortopedia e Traumatologia
A infecção óssea em sua porção cortical e em seu conteúdo medular, independente de sua causa. A osteomielite é mais comum em países em desenvolvimento. Suas causas mais comuns são traumáticas (pelo trauma em si ou pós operatórias), hematogênicas (infecções em outros focos do corpo podem ser transportados via aparelho circulatório / via sangüínea e outro foco infeccioso iniciar, no caso, em ossos e articulações.
Em crianças, a via hematogênica é a mais comum sendo a primeira década de vida a mais comum ( 1:5000 em crianças abaixo de 13 anos de idade. Em adultos, causas traumáticas ( fraturas expostas ou traumas de alta energia ) ou situações pós-operatórias ortopédicas são as mais comuns.
A evolução da qualidade e opções de antibióticos ( maior especificidade contra bactérias isoladas e identificadas ) proporcionou queda da mortalidade de forma significativa.
A progressão da infecção óssea depende da relação do hospedeiro ( que possui a infeccção óssea e está " hospedando " o microorganismo agressor ( geralmente são bactérias ) e a virulência ( agressividade ) do microorganismo infectante. As bactérias são os agentes causais mais comuns. Indivíduos em imunossupressão ( seja medicamentosa ou por outras doenças ) podem ter mais dificuldade em controlar a infecção óssea e sua progressão.
Quanto ao tempo, a osteomielite pode ser aguda, subaguda ou crônica. Quando a infecção continua assim que passa o estágio agudo, chamamos de osteomielite crônica. A presença de foco residual de infecção, osso necrotico, más condições de partes moles podem sustentar o ambiente favorável à bactéria e a infecção permanecer apesar do uso de antibióticos. Os sintomas podem se exarcebar " mimetizando " estágio agudo e causando os sintomas sistêmicos ( febre, mal estar, inapetência, infecções à distância, sepse, falência de múltiplos órgãos ). Quando há a fístula ( saída ativa do pus por um trajeto fixo, permantente ou intermitente ), o fator de estar expelindo o material purulento, os exames laboratoriais tem pouco ou nenhuma modificação. Portanto, o comportamento da infeccção tem que ser interpretado e monitorado.
Ossos longos ( tíbia e fêmur ) são os mais acometidos, em torno de 50 % dos casos.
Dentre inúmeras classificações para osteomielite, uma das mais utilizadas para o entendimento da infecção óssea é a classificação de Cierny-Mader.
A osteomielite crônica tem controle com antibiótico terapia mais a cura da infecção é obtida através da ressecção cirúrgica do segmento infectado e a antibioticoterapia um adjuvante importante principalmente para minimizar complicações sistêmicas.
Os objetivos do tratamento são:
1) Erradicar a infeccção. Cirurgia deixando margens livres de infecção no tecido que sobra.
2) Preservar a cobertura de partes moles ( pele, músculo).
3) Obter segmento ósseo consolidado, estável, alinhado, comprimento restabelecido permitindo função de carga e movimentos preservados.
A osteomielite continua sendo um grande desafio médico. Doença que traz incapacidade funcional grave, isolamento social, alto índice de depressão associada aos seus múltiplos aspectos da doença e sua influência negativa na qualidade de vida. O tratamento agressivo envolvendo seus aspectos multifatoriais, planejamento cirúrgico e medicamentoso meticuloso e envolvimento disciplinado são necessários para bons resultados clínicos.

Osteomielite Crônica de Tíbia



Radiografias mostrando
o osso necrótico
Ressecção de osso necrótico e preparado para alongar o osso com osteotomia em tíbia distal.
Transporte ósseo mostrando osso regenerado e consolidação acima.
Aspecto clínico com resolução completa da osteomielite, cobertura de partes moles adequada.


